Canal Da Barca

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Em plena Copa América, o Chile sai às ruas por reformas



Copa das Copas. Esse é o slogan bordado pela mídia tradicional (de bem) chilena. O cenário transmitido é de uma grande festa cidadã, em que o povo chileno se enche de esperanças com a possibilidade de um título histórico.
Desde o início do ano, o Chile vem enfrentando uma série de convulsões sociais e escândalos políticos. Maio acabou sendo um mês de lutas para o movimento estudantil chileno. O governo e a casta midiática tentaram lançar uma campanha anti-movimento estudantil, acusando os jovens de vandalismo. Às vésperas da abertura da Copa América, inúmeros estudantes acabaram detidos nas manifestações do dia 28 de Maio — uma das maiories marchas (200 mil pessoas). Nesse dia, as autoridades chilenas realizaram uma grande manobra antidemocrática ao impedir a ocupação da principal avenida de Santiago.
Entretanto, a mobilização não desacelerou seu ímpeto. Recentemente, os professores assumiram as rédeas da história. Contra o projeto de reforma educacional, a classe de educadores realizou um grande protesto no dia da abertura dos jogos. O Estado Policialesco se viu obrigado a isolar os arredores do primeiro jogo da Copa América. Porém, as pessoas tomaram as ruas próximas ao estádio com o espírito do “Copa para quem?”. Quando o RoboCop do governo descarregou seu arsenal, os professores revidaram jogando bolas de futebol.
s manifestações se espalharam e atingiram mais cidades, inclusive o local onde estavam Neymídia e Companhia. E a mídia brasileira fanfarrona, falou o quê? Neymar, Neymar e mais Neymar. Ademais, na quarta-feria(17 de junho) os professores e os estudantes tomaram as ruas de Santiago novamente. Estudantes da Faculdade de Humanidades e Filosofia da Universidade do Chile organizaram barricadas por toda madrugada. Além disso, estão ocorrendo diversas ocupações estudantis, como as da Universidade Alberto Hurtado, da Faculdade de Direito, Ciências Sociais e Comunicação da Universidade Diego Portales, do Liceu Cervantes, Darío Salas, da Faculdade de Direito da Universidade do Chile.




Foto: Francisco Vicencio



Reformas do Governo Chileno
A direita chilena vem atuando, desde o mandato de Piñera, para bloquear as reformas que fossem contrárias aos interesses do grande Capital. As reformas do “Novo Governo” de Bachelet estão sendo de caráter moderado. Apesar disso, a direita continua com a política de boicote. Às margens dos recentes escândalos de corrupção que atingiram a imagem da atual presidenta, a direita parece estar tentando transferir sua parcela culpa pelo caos social para o “desgoverno”. A elite empresarial e os conglomerados midiáticos( El Mercurio e La Tercera) estão de mãos dadas nesse processo de ataque ao povo. Por exemplo, no Estado de Araucanía, a mídia está acobertando os crimes cometidos pelo Estado à serviço dos empresários agrícolas contra o povo mapuche.
Novo modelo educacional
Os professores ressaltam que o projeto apresentado pelo governo é um modelo educacional de mercado que fomenta a concorrência e o individualismo e não favorece o processo coletivo de colaboração entre docentes e estudantes. De acordo com os docentes, o projeto governamental cria um sistema de escala para os professores, adota um fundamento para demissão dos profissionais que não cumpram com as exigências acadêmicas e prevê o aumento das horas não letivas (tempo que o professor dedica a reuniões, planificação e correções de trabalhos e provas dos alunos). — trecho tirado do site Opera Mundi.
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